Sofia Neves, Treze
Já tinha em mente que um dia teria de partilhar o trabalho da Sofia e dizer-lhe que tenho muito orgulho no empenho que ela nutre pelo que faz. E que melhor maneira do que partilhar aqui mesmo, na casa, que viu nascer este projecto?
No dia 6 de Março de 2015 recebi um email da Sofia, a perguntar pelos serviços de criação de marca, e este foi mesmo o nosso primeiro momento, porque depois seguiram-se muitos mais emails, reuniões, visitas a Lisboa, e muitas partilhas. Acho que foi mesmo por ter tido o privilégio de debater estas questões da construção da marca, de dar forma às ideias da Sofia, que hoje vejo todo o trabalho e percurso que já fez e fico muito feliz por ela, e cheia de orgulho. A procura que tem para aprender a fazer cada vez mais, as ideias que já desenvolveu, são a prova que conseguimos sim ter o nosso negócio, trabalhar nele e comunicar ao mesmo tempo.
Ficam aqui os conselhos, dúvidas que também nós temos, e que a Sofia partilha connosco. E um pouco do dia-a-dia desta marca, a Treze.
Obrigada, Sofia.
1. A ideia para o teu projeto, era algo que sempre pensaste fazer ou foi um acaso?
Foi um acaso da ironia do destino 😉 Aliás, o sonho estava cá… a realização dele é que foi um acaso, aquele do: “ó vai ou racha”; estava “entre – projetos” quando saltei para o real. Já sonhava em colorir imagens desde miúda, mas nunca imaginei criar um projeto com isso.
2. Quanto tempo levaste até ao momento da decisão de levar as coisas para a frente? O que te motivou?
Cerca de 6 meses… antes de iniciar o projeto estava a trabalhar por conta de outrem… foi até perceber que queria mais para mim e, depois com o tempo entre conseguir despedir-me até pôr as mãos à obra. A decisão estava tomada. O que me motivou foi essencialmente ter o desejo de querer mais para mim, uma coisa minha, que me fizesse mexer!
3. No início, onde sentiste mais dificuldade? Ou onde te sentiste mais desamparada?
No início, onde senti mais dificuldade foi engrenar na oficina, mas aí estava e estou bem amparada 🙂 todos os dias tenho 2 mestres a ensinarem-me! Mais desamparada, foi sem dúvida, quando decidi entrar no mundo das redes sociais. Aqui, senti que tinha dificuldade em lidar com este mundo. Era obrigatório saber o que estava a comunicar… portanto desde o gerenciamento aos resultados, foi um desafio totalmente novo, que aos poucos se foi transformando numa paixão…
4. Qual foi o momento em que te apercebeste que realmente as coisas estavam a acontecer? Basicamente quando é “que te caiu a ficha” que estavas a lançar a tua marca?
🙂 quando, depois de te contactar, ter recebido o logótipo da Treze. Estava ali a primeira peça de um sonho que se materializava, e que tu conseguiste reproduzir na perfeição. Momento: “e agora o que é que eu faço com isto?!… Isto é a sério! Ó Deus!!! Bem… vamos lá!”. Foi uma verdadeira injeção de adrenalina, mas sempre a tremer como varas verdes!
5. Onde procuras inspiração e ajuda para fazeres ainda mais?
Inspiração, acredites ou não, é mesmo no meu dia a dia, na minha família, no meu grupo de amigos! Faço muitas pesquisas pela web, procuro conteúdos e projetos que me inspirem, sejam de cariz religioso ou qualquer outra temática. Existe muita criatividade a circular por aí, e o olho atento ajuda-nos a construir o nosso próprio caminho. E… Não é fácil! Trabalho com um produto de cariz emocional e quero sempre comunicá-lo com o máximo de respeito possível. A ajuda procuro também na web – mais técnicas ou não -, n’Aquela amiga que compreende e percebe de coisas menos práticas, que consegue manter-se “out of the box”, e a profissionais bons, como tu, que nos ajudam como se de uma coisa vossa se tratasse.
6. Sentes que lançar um projeto, uma marca, é algo solitário?
É normal que se acredite nisto. É algo tão grande a sair de nós que, de alguma forma pensas que ninguém te consegue acompanhar. Mas, depois chegas à conclusão que há pequenas coisas que podes delegar em alguém, ou conhecemos uma pessoa em processo idêntico com quem partilhas o que sentes… o que te faz sentir menos solitária, e mais um “guerreiro” entre tantos outros 😉
7. Quais os maiores desafios que enfrentas?
O maior: comunicar o produto, a quem o comunicar e como o fazer. Existe uma grande diferença entre o público que pretendo alcançar, e o que mais interesse tem em produtos de cariz religioso. Desde a idade, aos gostos pessoais, aos meios de comunicação… Também internamente existe algum choque entre gerações: os meus pais, que durante toda a vida fabricaram artigos religiosos clássicos, agora veem-se a fabricar imagens coloridas, sem pintura, completamente diferentes do tradicional… É normal que sintam alguma desconfiança nestas novas ideias e conceitos, mas gradualmente se vão esvanecendo 😉 Outro grande desafio, comum a todos os empreendedores: as nossas próprias limitações… Os sonhos e as ideias não têm limites, mas o espaço, a capacidade de produção e o budget, infelizmente têm…
8. Que conselho dás a quem está a lançar uma marca?
Ter paciência, ser resiliente, curioso e ter muita vontade de trabalhar. A presença nas redes sociais, a sua dinamização, a adaptação dos conteúdos aos diferentes contextos, as parcerias, são elementos imprescindíveis, que têm de ser complementados com um ingrediente essencial: muita paixão, vir de dentro! A pesquisa é fundamental na criação de conteúdos, que devem ser consistentes, interessantes, curtos e, atrativos. Tarefa árdua e de “luas”… ás vezes parece não existir imaginação para mais… Mas respira-se fundo, dá-se um passeio (ou faz-se algo que relaxe), e lá começam as ideias a fluir. A formação é também um excelente recurso, que nos oferece conhecimentos e ferramentas que passam completamente despercebidas, enquanto cliente. Em resumo, é um caminho longo e difícil, mas desafiante e empolgante ao mesmo tempo 😉